Eu preciso achar a hora certa, abrir a porta certa, a boca
certa e acertar o alvo na certa. Vejo-me descalço correndo livre pra me prender
na liberdade de poder te abraçar, te apertar, te machucar. E não te deixar
afastar.
Se
soubesse do amor que trago no peito, me tragaria todos os dias e me faria seu
melhor baseado. Parece alucinação, mais não. É só ternura. Tem
afeto sobrando no mundo, mas é que nos esquecemos de semear.
Mas
onde é que você está, eu te guardei na mochila, te deixei na esquina, na
mesa do bar ou não ouvi você me chamar? Por onde andas? Onde é mesmo que você
vai? Que nunca me leva?
Veja
só o que aconteceu, por não saber como te falar, me encontrei nas palavras
escritas. Porque eu deveria mesmo estar sussurrando em teus ouvidos, tira o teu
fone, e acata os meus desejos que ficará insone. Eu sou moça descente, mas é
que a falta de ti me fez demente. Desmente meu bem, quando falam que você não
existe e que minha espera é só. Só eu sei como o tempo não passa pra quem
não é digno de dó.
É que
vez ou outra eu fico assim, com vontade de mostrar ao mundo o tamanho que sou
por dentro, mas a verdade é que deixaria todo o mundo em movimento e pararia no
seu olhar. Caso você me olhasse e quisesse comigo ficar.
Já não
sei mais o que faço, então me desfaço pra satisfazer. Olha eu aqui de
novo de pés descalço, correndo, querendo viver. Mas corro de você que não
abriu os teus braços, veio cheio de laços pra me prender.
Se
segurar com jeito a minha cintura pode ser que eu fique mais. Prenda minha boca
na sua meu caro rapaz. Capaz, até que apaixone e tudo que eu guardei transborde
de uma só uma vez. Uma, duas, três...
Então vem sem demora!